A Filmoteca Espanhola apresenta de 7 a 11 de dezembro de 2016 um ciclo dedicado ao realizador português João César Monteiro, e ao seu impacto nas obras de Miguel Gomes, João Pedro Rodrigues e Rita Azevedo Gomes, que apresenta como “seus herdeiros”.
O ciclo Ecos de Monteiro, anunciado pela cinemateca de Espanha, inclui três longas-metragens do cineasta – A Comédia de Deus (1995), Le bassin de J.W. (1997) e a sua derradeira obra, Vai-e-Vem (2003) -, às quais se juntam A cara que mereces, de Miguel Gomes (2004), Frágil como o mundo, de Rita Azevedo Gomes (2002), e O Fantasma, de João Pedro Rodrigues (2000).
A par das longas-metragens, serão ainda apresentadas ‘curtas’ de diferentes autores como João Nicolau (Gambozinos), Pedro Peralta (Mupepy Munatim), Rita Barbosa (À noite fazem-se amigos) e André Godinho (La chambre jaune).
“O ciclo oferece uma perspetiva pouco usual sobre o trabalho [de Monteiro], através de alguns dos seus títulos menos conhecidos, mas não menos relevantes ou significativos, em diálogo com trabalhos de autores mais recentes, nos quais se manifestam, de algum modo, as propostas, a energia e a liberdade com que Monteiro encarava a arte cinematográfica”, escreve a instituição espanhola.
No texto de apresentação do ciclo, a Filmoteca destaca ainda a carreira do “prestigioso realizador, argumentista e crítico” português, recorda o seu percurso, desde a formação em cinema no Reino Unido, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, aos últimos filmes, citando obras como Fragmentos de um Filme Esmola: A Sagrada Família (1972), Silvestre (1982), À Flor do Mar (1986) e Recordações da Casa Amarela (1989), A Comédia de Deus (1995), As Bodas de Deus e Branca de Neve (2000).
O ciclo abre no dia 7 às 19h45 (hora de Madrid), na sala principal da cinemateca espanhola, Ciné Doré, com uma sessão dedicada a ‘curtas’ de César Monteiro – Passeio com Johnny Guitar (1996), Lettera amorosa (1995), Bestiário ou o Cortejo de Orfeu (1995) – que também inclui a sua primeira obra de ficção, Quem Espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço (1971), bem como a sua estreia na realização, com o documentário dedicado a Sophia de Mello Breyner Andresen (1969).
Ecos de Monteiro, programado por Ana Isabel Strindberg, colaboradora próxima do cineasta nos seus últimos anos de vida.
O ciclo decorre no âmbito da 14a Mostra de Cultura Portuguesa em Espanha e abre o Festival Márgenes, de Madrid, dedicado à produção independente da América Latina, Espanha e Portugal.
A sessão de abertura conta com a presença do conselheiro cultural da embaixada de Portugal em Madrid, Pedro Berhan da Costa, do diretor artístico do Festival Márgenes, Gonzalo de Pedro, e da responsável pela produção do certame, Annamaria Scaramella.
Lusa – Agência de Notícias de Portugal
05-12-2016